Um dos momentos mais importante para a vida de quase toda mulher é a gravidez. O famoso “estado interessante” faz com que ela se sinta mais mulher, dona e geradora de uma vida. Porém nem sempre essa gravidez é esperada. Estupro, camisinha que estoura, pílula anticoncepcional que não funcionou, enfim, são diversos os casos em que ela pode ficar grávida sem querer. E aí?
A maioria delas vai levar esse “estado” até o fim, tendo o seu filho, criando-o como se fosse esperado, mas outras não querem e/ou não podem ter essa criança, partem, então, para o aborto.
No Brasil o aborto é visto como crime contra a vida, pelo Código Penal Brasileiro. Isso quer dizer que se você aborta, você pode responder perante a justiça brasileira pelo seu crime e pegar de 1 a 10 anos de prisão. Pode responder por que não há fiscalização em relação às clínicas de aborto no país (embora recentemente algumas clínicas tenham sido fechadas pelo país, isso é quase uma exceção à regra). Isso sem contar que o aborto pode ser feito em casa e parecer espontâneo.
Há apenas duas hipóteses para que a mulher possa abortar sem ser punida: quando há risco de vida para a mãe ou quando a gravidez provém de um estupro. Há também casos de que mães de fetos sem cérebro pedem à justiça que o aborto não seja punido.
Hoje correm debates por todo o país sobre a legalização do aborto. Desde a Câmara dos Deputados e Senado, até as universidades e escolas de todos os níveis. Muitos especialistas vêem o maior impedimento nessa discussão os pontos de vista teológicos, moral e ético, deixando de lado todo o aspecto político da discussão que é exigido.
Na verdade confesso que me alonguei demais nesse post. Minha intenção inicial era apenas colocar esse vídeo (abaixo) sugerido pela @anacronicas via Twitter, porém achei necessário alguma introdução ao assunto. Achei um trecho no Youtube do “Fim do Silêncio”, que é um documentário em que mulheres debatem, sem se esconder, os motivos que as levaram a abortar, deixando de lado problemas religiosos que isso poderia causar a elas, da discriminação sofrida, a aceitação familiar, enfim, toda forma de desincentivo que elas poderiam ter sofrido.
Vale a pena assistir o documentário que irá passar hoje, dia 1° de outubro, às 23:10 horas na TV Cultura (chamada feita no jornal Estadão). Há, no final do vídeo, o contato da realizadora do documentário. Em breve haverá, também, na UFV, um debate sobre a legalização do aborto. Com mais detalhes eu volto a postar sobre isso por aqui.
Atualização: O debate que eu tinha avisado acima sobre a legalização do aborto na UFV acontecerá no dia 7 de outubro, à partir das 19h no Auditório da Biblioteca Central. Vale a pena conferir o espaço que tem apoio da Marcha Mundial das Mulheres, Assessoria de Movimentos Sociais da Zona da Mata e do professor Leonardo Civale, do departamento de Geografia.
6 comentários:
Menin@s, está ótimo o texto. Enfoca o que as mulheres sentem e passam num aborto. Algumas "pessoas" acham q defender a legalização do aborto é dizer "Vamos todas matar criancinhas", quando na verdade é uma questão muito diferente e complexa.
O vídeo com o depoimento de diferentes mulheres que já passaram pela situação é muito bom também. Inclusive era p o texto de vcs estar linkado no nosso, pq completava o assunto c outra abordagem. Não sei o que aconteceu! rssss...
Bom post e ótima a referência ao Bangalô!
Adorei! Essa questão do aborto é realmente mais complexa do que as discussoes propostas em grande escala até agora. *-*
e, pra falar a verdade, eu nao tenho ainda uma opinião formada!
assunto muito complexo!!!!
Parabéns por abordarem!!!!
E como é complexo...
Não sou a favor da legalização, por acreditar que o "direito de decidir" não se aplica quando essa decisão envolve a vida de outro(s) ser humano. Claro que existem "n" motivos e situações diversas que levam mulheres a optarem pelo aborto e não cabe a mim julgar tais razões; mas creio que a vida deve prevalecer!
parabéns,gente!
Lívia e Rose, os comentários de vocês têm muito em comum, embora enfocados por pontos de vista diferentes: as pessoas à favor da legalização não são, necessariamente, as pessoas que querem abortar, são pessoas que gostariam de ter a liberdade de escolha caso fosse necessário.
Por exemplo quando a mãe correr risco de vida e não ter o perigo de ser julgada como assassina por querer salvar sua própria vida.
Confesso que também é bem difícil o tema para mim e não tenho uma opinião totalmente formada.
Obrigado a todos pela visita e continuem aparecendo ;)
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