Se toca!

Errou quem leu o título desse post e achou que ia ser sobre masturbação. AINDA não! ;)

Hoje vamos falar de um tipo de toque mais sério e muitas vezes menos conhecido; um gesto simples que quando ignorado pode custar a saúde de homens e mulheres.

O auto-exame (toque) é uma importante ferramenta para o diagnóstico precoce do câncer de mama que, apesar de ocorrer com mais frequência nas mulheres, tem atingido cada vez mais pessoas do sexo masculino. Segundo informações do Ministério da Saúde, apesar da doença ser mais diagnosticada entre as mulheres, é nos homens que ela tem mais chance de se agravar, justamente pelo diagnóstico tardio, quando o tumor maligno já está em estágio avançado.

Aliás, vale comentar que muitos homens às vezes até esquecem que têm MAMA! Tamanha a atenção que dispensam apenas lá pra baixo!

A falta de informação e de intimidade com o próprio corpo são os principais focos de ataque do Outubro Rosa, movimento surgido em 1997 nos Estados Unidos, e que tem como objetivo conscientizar e combater o câncer de mama.

A mobilização acontece durante todo o mês de Outubro - mês do combate ao câncer de mama - e pretende colorir o mundo de rosa, para chamar atenção para a causa.

Aqui no Brasil, o primeiro grande ato apareceu ontem (dia 05), de braços abertos. O Cristo Redentor ROSINHA DA SILVA!

No Brasil, o movimento vai iluminar monumentos e pontos importantes de outras capitais, como Belo Horizonte, São Paulo e Porto Alegre. Mas o Outubro Rosa não é feito somente de grandes ações. No site Mulher Consciente tem bastante informação aprofundada e também várias dicas de como você pode colaborar - individual ou coletivamente - com a campanha. Além disso, foi lá que eu descobri que, para mulheres a partir dos 40 anos, já é garantido por lei o direito ao exame de mamografia uma vez por ano pelo SUS. Esse exame é o método mais eficaz para o diagnóstico do câncer e deve ser realizado quando detectada alguma anormalidade no auto-exame, e pelo menos a cada 12 meses para HOMENS E MULHERES que se aproximam da meia-idade.

A matéria divulgada no portal G1 diz que, "De acordo com a American Cancer Society, cerca de 1,3 milhão de mulheres no mundo são diagnosticadas com câncer de mama anualmente, e 465 mil morrem por causa da enfermidade."

Veja você que até mesmo as informações divulgadas na mídia, são sempre direcionadas às mulheres, e excluem ou omitem a parcela masculina atingida pela doença, ou até mesmo minimizam a importância que o homem, mesmo quando não afetado, tem dentro da campanha.

A mastologista Maira Caleffi, presidente da FEMAMA (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) ressaltou, no lançamento da campanha:

"A mulher precisa se conscientizar de que a mama é sua, não é do marido, nem do filho."

Esse tipo de consciência também tem que partir do outro lado. Maridos e filhos também precisam pensar e enxergar a saúde das mulheres que têm em casa, o cuidado com quem se ama. Esse vídeo de campanha expressa sutilmente essa relação.

O seio não pode ser visto apenas como fonte de prazer ou alimentação. Extrapolando esse pensamento, mesmo que ainda existam homens que pensam assim, o câncer de mama só prejudica/impossibilita ainda mais o exercício dessas "funções".

Então, se você é do times dos machões que abominam rosa, tente começar por esse raciocínio mais curto. Aguardamos ansiosamente o momento da sua evolução.

Se toquem! - literalmente ;)

No blog A Vida Como a Vida Quer, a super engajada Sam Shiraishi fez uma cobertura completa do lançamento da campanha "Não queremos informação pela metade" e ainda acrescenta alguns dados de pesquisas para enriquecer o texto. É uma excelente dica de leitura.

Acredito que esse post já está fazendo a sua parte pela campanha e, modestamente, até mesmo enriquecendo-a ao tentar incorporar sempre que possível a inclusão masculina nesse todo. Como já foi dito, ao fazer a pesquisa para esse texto, notei a pouca ou nenhuma participação do masculino nesse universo rosa do combate ao câncer de mama. A gente nunca simpatizou muito com o feminismo exagerado, mesmo.